segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Estereótipo - 2

...................Um domingo de Sol
Num domingo desses que a gente fica em casa com raiva do Faustão, fui até a janela ver se tinha algo de interessante para ver.
Chegando lá parei para dar uma olhada nas pessoas que estavam na área de lazer do prédio. Umas três crianças, um casal mais afastado (espertinhos) e uma mulher sozinha estavam por lá. Prenderei-me a falar da mulher sozinha deitada na borda da piscina.
Estatura mediana, entre os 25 e 30 anos, “morena cor de bronzeado” e um pouco acima do peso dos padrões de beleza atuais. Até aquele momento estava deitada tranquilamente, virando-se e desvirando-se pela toalha a fim de aproveitar uma bela tarde de sol.
O curioso foi o que aconteceu a partir do momento em que dois homens chegam e sentam numas cadeiras na borda da piscina. Nossa protagonista... Congela! Isso mesmo, ela fica imóvel! Encostou-se num canto da piscina e ficou lá por cerca de trinta minutos, contados no relógio!
O único motivo que posso entender para explicar essa mudança de comportamento da moça é a vergonha que devera ter sentido dos homens que chegaram. Ela ainda vinha a me dar mais um subsídio para confirmar minha tese: após os trinta minutos ela dá uma olhada para trás vendo se alguém a notava, sai da piscina, encobre-se e vai embora. Fiquei me perguntando: Só por ser gordinha?! Confesso que tive vontade de ir “conversar” com ela - que em minha opinião era muito bonita por sinal - sobre esses estereótipos.
Não pretendo escrever aqui alguma lição de moral ou falso moralismo de como a beleza interior poderia ou deveria ser mais importante do que a exterior, ou que devemos nos aceitar da maneira que somos e esse monte de frases de internet sobre o assunto que cansamos de ver, até porque não acredito por completo nessas idéias. Meu propósito é que fique relatado um exemplo de como, em nossa maioria, somos afetados - e o pior, sem nos darmos conta - por essa ditadura “bizarra” que nos impõe modelos de comportamento e nos ordena como devemos viver.

...............................................................................................................Egideilson Santana

Curiosidades sobre as imagens usadas nesse texto: “As meninas do Brasil” da artista plástica baiana Eliana Kertesz, esculturas expostas em Ondina, Salvador, são uma homenagem às três raças do Brasil - negra, branca e índia. Nomeadas como Damiana, Mariana e Catarina.
O interessante é que Damiana está olhando para o oceano, na direção da África, Mariana vislumbra Portugal, no hemisfério norte e Catarina contempla o continente americano, representando os principais povos os quais somos descendentes.

Por hoje é isso meu povo,
Forte Abraço e até a próxima.
..........................................Auto-estima gordinha! Ta toda fofinha!
.........................................Auto-estima magrinha! Ta toda fortinha!
.........................................Auto-estima coroa! Ta toda durinha!
.........................................Auto-estima negona! Ta toda gatinha!”
...............................................Trecho de Mulher Brasileira – Psirico.

.......................................................................=D

4 comentários:

Anônimo disse...

Egiiiiiiiiiiii,comentar alguma coisa q vc escreve é um grave problema p mim,pois n consigo passar para o papel as idéias q eu tenho.
Pois bem,adorei seu texto.Ele é um relato do q se passa com certas pessoas q se acham gordinhas ou magrinhas d+,se importando + com q os outros irão pensar ao seu respeito.
Me considero até uma dessas garotas,já q sempre procuro usar uma roupa q esconda certas gordurinhas.

Adoro vc patetinha querido!!!

Dcamael disse...

Adorei a citação de Mulher brasileira.
Acho que a moça ficou com vergonha de ter seus dotes fisicos julgados, tive essa impressão pq ela não estava totalmente sozinha e só se incomodou qndo os homens chegaram. Essa mania que mulher tem de se pôr no lugar de um objeto em exposição que tem q ser escolhido, o melhor e mais bonito.Não sei nem se mania mas a mulher se cobra muito sabe.
Abaixo os esteriotipos acima as diversidades.

Anônimo disse...

Ei... Eu jamais poderia sair do teu "cantinho" sem deixar o meu recado "PARA MATAR A SAUDADE".
Velhos tempos do Weblogger, heim?
Uma pena termos perdido aquele servidor...
Bom, li teus textos, como sempre, encantei-me com a tua facilidade em lidar com as palavras, grande capacidade em sentir, em capturar as coisas e usa-las ao teu favor.
Sinto muita falta dos teus interessantíssimos "devaneios", dessa inacabável busca do verdadeiro EGI... Bom, um beijo...
E uma sugestão: Campanha pela Real Beleza Dove! Uma das mais interessantes, na minha humilde opinião.

Anônimo disse...

Querido Egi, o seu texto está ótimo. Sinto-me feliz por perceber o quanto você está engajado com questões que deterioram sutilmente o que denominamos sociedade. Parabéns garoto! Continue assim...
Mas, em relação aos Estereótipos, penso que estes constituem as mazelas da sociedade e por passarem despercebidos atuam de maneira eficaz ao inibir comportamentos inerentes e mesmos espontâneos do ser humano e então, deixamos por um momento de ser humanos e tornamo-nos máquinas programadas para emitir respostas aparentemente aceitas socialmente. Beijos. Saudades...
Carinho, Quele Gomes.